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Leandro Nigre

LEANDRO NIGRE

Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.

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A privacidade do meu filho

Linha entre a permissividade e a autoridade precisa ser muito bem definida no campo familiar; excesso em ambos os casos é prejudicial

29 de Agosto de 2017
4 comentários

Você já ridicularizou seu filho na frente dos outros? Talvez sim e nem tenha percebido! Revelar a terceiros seus erros, dificuldades, limitações no desenvolvimento e comportamento, compará-lo a outra criança e corrigi-lo em voz alta em público, por exemplo, são meios de exposição. Quem nunca? Às vezes isso acontece de forma natural, no sentido de compartilhar experiências com quem vive ou viveu fases semelhantes ou mesmo para justificar a atitude do pequeno. Mas qual o limite da privacidade? Se eu estivesse no lugar dele até onde gostaria que meus pais fossem?

Foto: Divulgação

Nos primeiros anos de vida, a criança é, em sua maioria, dependente do adulto. Sua intimidade está nas mãos de quem a cria, educa e participa ativamente de sua rotina. Os cuidados com a higiene, alimentação, bem como com a saúde emocional permanecem sob controle dos pais até que, com o tempo, a independência seja adquirida.

Cada ser humano é único e precisa ser tratado como tal. Nenhuma criança é igual a outra e compará-la com as demais pode fazê-la sentir-se rejeitada, cobrada pelos pais para que seja cópia de alguém que não é semelhante a ela. A relação paterno/materno/filial neste sentido deve ser equilibrada, uma vez que muitos danos nas experiências vivenciais são carregados por toda vida e, talvez, impactem diretamente em seus sentimentos.

Parta para a disciplina positiva. Enalteça as qualidades e não os defeitos, sobretudo em público. Carregamos ambos e nem sempre nos orgulhamos das falhas que cometemos, mas buscamos o reconhecimento daquilo que fazemos bem. E, a partir do momento que tornamos público os nossos comportamentos e das nossas crianças, ofertamos a estes ouvintes a possibilidade de julgamento, na nossa presença ou não.

A linha entre a permissividade e a autoridade precisa ser muito bem definida no campo familiar. O excesso em ambos os casos é prejudicial. Os pais são referência, um norte a ser seguido, aqueles que garantem noções de comportamento social e a falta desta bússola aos pequenos faz com que eles passem a ter controle de suas decisões, sem um exemplo a ser seguido.

Reconhecer nossas limitações como pais e, a partir disso, buscar mudanças permitirá amadurecimento e edificação de seres humanos mais bem preparados para criar e educar outras pessoas, promover-lhes o desenvolvimento físico, espiritual, moral, mental, social.... Por aqui, já vejo sinais de clamor por privacidade, o surgimento do sentido de pudor e vergonha. A transição me exige respeito, adaptação e compreensão. Na adolescência isso se acentuará, certamente. Precisamos de um espaço para “nós mesmos” e, para isso, alguns laços são rompidos. Entretanto, permanecerei à disposição, no diálogo, no limite, na correção, no entendimento...

Não podemos abdicar da autoridade parental, mas exercê-la com amor. Posso buscar uma intimidade plena, para que meu filho encontre em mim a confiança e segurança para dialogar sobre tudo. Desta forma, seguiremos juntos por conta do vínculo afetivo pai/filho, porém, preciso compreender que há questões que pertencem só a ele, como outras que são somente minhas. Nesta trajetória, construímos laços, aprendemos, amadurecemos, detectamos afinidades e buscamos fortalecer esta relação de amizade. Até onde podemos ir? Nós decidiremos!

* Os textos só podem ser reproduzidos mediante autorização do autor e desde que citada a fonte

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MAIS 4 COMENTÁRIOS

Regina

06 de Setembro de 2017

Aqui eu já me peguei em situações assim, de estar contando algo e ela pedir para eu não contar... conversei depois e prometi não falar mais para ninguém. Mas é super dificil, pois não agimos por mal e muitas vezes não tem nada demais mesmo, mas para a criança é...

Rafael

04 de Setembro de 2017

Eu percebo que já constrangi meu filho brincando com algumas situações que ele passou, que achei divertida no momento mas que deu vergonha nele. É bom ter peito aberto pra auto-crítica e, se errar, perceber o erro e corrigir :)

Harlley Pires

29 de Agosto de 2017

Excelente texto amigo! Muito bom mesmo!

Luciana

29 de Agosto de 2017

Excelente texto para refletirmos onde estamos errando e acertando com nossos filhos... o diálogo é base de tudo ☺️☺️

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