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Leandro Nigre

LEANDRO NIGRE

Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.

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Criança não namora

Também não beija na boca, não dança com o bumbum até o chão e precisa de orientação

17 de Abril de 2017
2 comentários

Uma mensagem enviada nos últimos dias em rede social anunciava a ação “Criança não namora”. Mesmo partindo de uma notícia supostamente fake, o texto que circulou por quase todas as redes fomentou a efetivação de campanhas por entidades, grupos de defesa do menor e também de órgãos públicos.

Foto: Arquivo Pessoal

Mas criança não namora? Não mesmo! Também não beija na boca, não dança com o bumbum até o chão, não assiste a programas televisivos não classificados para sua faixa etária. Os pequenos necessitam de direcionamento, não de omissão diante da erotização precoce.

Ora ou outra, os filhos chegam da escola com a notícia do namoro. Para alguns pais, representa o desabrochar de sentimentos. Para outros, o surgimento da preocupação de que os instintos afloraram e merecem atenção. Se normalmente eles reproduzem o que veem, pronunciar o verbo “namorar” na primeira infância não deve ser um absurdo se há controle do que a criança presencia em seu ambiente de convívio. Na verdade, ela nem sabe o significado do namoro, que muitas vezes só foi potencializado pela projeção de um adulto.

E qualquer comportamento atípico ou não costumeiro requer vigilância e diálogo. As escolas têm papel preponderante neste processo. Precisam estar capacitadas para direcionar a conduta de professores e alunos. Lá, os meus e os seus filhos terão contato com outros pequenos que trarão os mais variados tipos de experiências e vivências no campo do relacionamento humano. Diante de tanta informação, a tônica é orientar.

Além disso, não se pode descartar o machismo radicado nas entranhas da sociedade. Muitos pais de meninos, desde muito cedo, os incentivam a buscar a namoradinha, a revelar quem é a escolhida, a mostrar o órgão genital diante de familiares, a falar que “é macho”. Os de meninas tendem a recriminar qualquer atitude neste sentido, cobram comportamento adequado e as inibem de expressar seus sentimentos...

Não dá para criar filhos em redomas de vidro. Isso é fato, portanto, na “era do funk” e do alto fluxo de informação que salta das multimídias, a luta contra a erotização é uma constante. Não preparada para estas transformações, a sociedade deixa de investir na orientação preventiva às crianças, especialmente no que diz respeito à sexualidade e ao comportamento. Há banalização e preguiça em corrigir atos falhos. Muitos pais não querem se indispor com os filhos. Aliás, “deixa pra lá, é coisa da moda”.

A indústria fonográfica, a mídia televisiva e, especialmente, a internet difundem um lixo musical que coloniza os lares. Em doses homeopáticas ou não, deturpam o comportamento e tão pouco é banido pelos pais. Crianças pequenas são vistas como “engraçadinhas” no requebrar das cadeiras e nas expressões corporais durante a dança de contexto sexual. Mais tarde, serão julgadas, corrigidas e os mesmos pais que incentivaram a prática cobrarão a formação de uma personalidade dotada de princípios e caráter.

Na infância, não incentive seu filho, seja menino ou menina, a dizer que “namora”. Busque sanar todas as curiosidades acerca de sua sexualidade e sentimentos, deixe claro que ele amadurecerá e cada fase chegará a seu tempo. Criança brinca, estuda, recebe e oferta carinho, faz amizade... mas não namora, nem de brincadeira! Namoro é coisa de gente adulta.

Estar atento a toda esta metamorfose e a sinais que evidenciem a erotização precoce é indispensável para garantir que a criança tenha uma infância e desenvolvimento mais saudáveis. Não aceite a contragosto o que te impõe a mídia. A sociedade exige a necessidade da “igualdade” para ser bem aceito, para não ser chamado de “careta” e alvo de chacotas. Ser diferente em um mundo de contravenções morais requer empenho familiar. E, lembre-se: a moda na sua casa é você quem faz.

* Os textos só podem ser reproduzidos mediante autorização do autor e desde que citada a fonte.

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MAIS 2 COMENTÁRIOS

Gabriel Lima

18 de Abril de 2017

Também sou pai de menino e compartilho da mesma opinião e vejo muito machismo em muitos atos. Há pais que fazem os meninos mostrarem o órgão genital ou fazer gestos com eles, um absurdo. Dias desses vi um vídeo no qual o menino (parecia ter 2 anos) retirava dinheiro da cueca, oferecendo à mulherada. E o pior, vira meme, viraliza. Triste.

Leandro Nigre

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Olá Gabriel, obrigado por seu compartilhamento. Esta é uma realidade. Não perca a oportunidade de coibir atos como estes. Eduque o seu e também oriente outros papais. Vamos propagar boas informações. Muitos ainda insistem em tais atos por ignorância ou mesmo machismo... Volte sempre ao blog!

Antonia Braz

17 de Abril de 2017

Excelente texto com orientações muito importantes para criação dos filhos

Leandro Nigre

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