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Leandro Nigre

LEANDRO NIGRE

Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.

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Minha família dá muito palpite!

Todo mundo tem uma opinião a lhe dar, mesmo que você não a peça, portanto a conversa sincera evita constrangimentos

19 de Março de 2017
6 comentários

“Catuca pai! Catuca mãe! Catuca filha! Eu também sou da família, também quero catucar”. O trecho da canção composta pela dupla Tom e Dito e eternizada na voz de Dudu Nobre é uma boa ilustração para a abordagem. Aliás, quem nunca lidou com cutucadas? Uma resposta negativa a esta questão só pode vir de quem não tem filho. Quando uma criança desembarca em nossa vida, as intervenções familiares são inevitáveis.

Foto: Montagem/Arquivo Pessoal

Muitos palpites ocorrem na tentativa de ajudar os pais, sejam eles marinheiros de primeira viagem ou não. As sugestões aparecem assim que o resultado positivo do teste de gravidez é revelado. Trocar informações nesta fase é indispensável. A quem ouve, é preciso saber triar o conteúdo. A quem fala, cautela já que o momento da descoberta da paternidade/maternidade está carregado de sentimentos.

Quando se descobre uma gravidez desejada, a vontade é contratar o serviço do carro de som e anunciar. Queremos ser parabenizados, falar de planos, expor os sonhos, as alegrias e o primeiro apontamento é: “Não poste em rede social. Tem muito olho gordo e vocês podem perder o bebê” (se tivesse a oportunidade aqui, nesta folha, eu colaria o emoticon [símbolo do aplicativo Whatsapp] com carinha de espanto). Bem-vindo, à intervenção! A comunicação com o mundo dobra na medida em que a barriga da mamãe cresce. Pai, mãe, sogra (o), irmã (o), vizinha (o), amiga (o)...Todo mundo tem uma opinião a dar, mesmo que você não a peça.

Pois bem, o que é bom para um, pode não ser para o outro. Um casal grávido deve ser poupado de muita informação indesejada, necessita ter audição seletiva e buscar subsídios com quem realmente entende do assunto. Dúvidas da gravidez, do pré e pós-nascimento, de mortalidade infantil e da gestante, as complicações possíveis do parto, seja normal ou cesárea, e outras questões que envolvem a saúde da mamãe e do bebê serão buscadas com especialistas. “Conversas de comadre”, superstições e especulações, quase sempre, são dispensáveis.

Com o nascimento, os homens ainda enfrentam os impactos do choque de geração e da ignorância quanto à sua capacidade para desempenhar as tarefas em igualdade com a mãe. "Ele não sabe"... "Não vai conseguir"... "Isso não é função de homem"... "É melhor você pegar o bebê!"... "Na minha época homem não fazia isso"..."Seu marido vai ficar com o bebê?"... As frases vêm em murmúrios, mas ecoam na alma do pai! A maioria delas escutamos assim que os pequenos chegam e decidimos pela paternidade ativa. Calma. Elas são naturais, virão dos mais próximos, impulsionadas pelo machismo e feminismo, uma vez que ainda caminhamos para desconstruir estereótipos...

Permita-se lambuzar todo para trocar a fralda, fechar os botões errados do macacão, segurar de forma desengonçada o bebê no colo, perguntar inúmeras vezes sobre o mesmo assunto para não errar, ou também se prontificar a dividir as funções com a parceira. Se não sabe, papai tem de aprender... Não podemos mais enfrentar os preconceitos de que o homem não pode ser igual na tarefa de criar e educar filhos.

A recomendação é descartar os conselhos que desestimulam ou não se enquadram em seu modelo de paternidade e maternidade. Da mesma forma, estar aberto a orientações evita o cometimento de erros. Muitos, principalmente os avós, querem partilhar o peso da culpa, dos acertos e desacertos passados! Entretanto, é preciso deixar claro que cada um deve executar sua função na família. Uma conversa sincera evita constrangimentos e situações embaraçosas, especialmente na disciplina do comportamento das crianças. Deixe claro que há hora e momento adequado para os apontamentos, que são bem-vindos, mas que não devem ser feitos na frente da criança. Se não, desta forma, tirará a autoridade do pai e mãe, bem como se tornarão invasivos.

As pessoas mais próximas, aquelas que sugerem mudanças no comportamento dos pais, na maior parte das vezes, os criaram. Manter a boa convivência é essencial para gerar um ambiente saudável à criança. Permita que os avós, tios e outros familiares estreitem relações, estejam sempre por perto e participem da criação e educação, sem destoar e contrariar o ensinado pelos pais. Acolher a boa ajuda é benéfico. A ruim, descarte. Fortalecer os laços fomentará a saúde emocional na infância, fará a criança se sentir amada e desenvolverá suas habilidades sociais e emocionais.

* Os textos só podem ser reproduzidos mediante autorização do autor e desde que citada a fonte.

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MAIS 6 COMENTÁRIOS

ADRIANO

12 de Maio de 2017

Ahahahahahahh Que atire a primeira pedra quem nunca!!! Quem dera se as regras básicas fossem acatadas!!

Leandro Nigre

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Não são... Aí está nosso maior desafio.

Paulo Jr

20 de Março de 2017

Nos primeiros meses tive minha sogra como vizinha , e durante a gravidez ouvi todos os palpites com bastante atenção , porém na hora de executar , fiz sempre prevalecer minha vontade é de minha esposa .Um fato bastante marcante era o primeiro banho , onde a vó sempre dava , e diziam que eu não saberia como fazer e que o msm deveria ser dado no banheiro, durante a gravidez ouvi , porém os primeiros banhos foram dados por mim (com bastante habilidade por sinal) e a banheira ficava no quarto , onde EU achei q seria mais confortável . A mesma coisa aconteceu com minha mãe , que trazia ainda costumes e tradições da minha vó , como por exemplo não arrumar o berço antes do nascimento , porém quando achei conveniente e senti vontade arrumei tudo . Minha filha minhas regras !

Leandro Nigre

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Paulo, obrigado por compartilhar conosco. Algumas regras precisam, de fato, serem quebradas para que possamos mostrar nossa capacidade. Feliz em saber que você coloca a mão na massa e participa ativamente da vida da filhota. Seguiremos juntos.

MARCOS JOSÉ

20 de Março de 2017

Temos que ouvir e absorve aqueles que vc reconhece que enriquecera sua criação. Eu mantenho o controle la em casa e sempre que precisamos discutir algo com relação a palpites, debatemos a dois para não ser muito chato com os mais próximos.

Leandro Nigre

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Esse é o caminho. A partir desta sintonia, todos os demais entenderão seu posto diante da estrutura familiar. Desta forma, em harmônia, o ambiente garantirá maior qualidade de vida. Obrigado por partilhar conosco, Marcos.

Wanderson

20 de Março de 2017

Muito bom texto, amigo Leandro. Aqui em casa temos uma regra, quando o palpite vem dos meus pais, eu controlo, quando vem dos pais da minha esposa, ela quem resolve. No começo eram mais constantes, agora só quando perguntamos algo.

Leandro Nigre

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É uma excelente estratégia, Wanderson, uma vez que cada um tem maior afinidade e "jeito" para falar com seus pais. Com o tempo, é provável que as intervenções reduzam, quando exposto o "lado negativo" se não executada de forma positiva. Obrigado por compartilhar conosco.

Pai Mala

19 de Março de 2017

Excelente! Todos passamos por isso, infelizmente. O negócio é não repetir com os outros.

Leandro Nigre

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Conscientes, teremos uma postura diferente, Pai Mala, mesmo que ainda ocorra a intervenção alheia ou de nossa parte. Obrigado por participar.

Junior Oliveira

19 de Março de 2017

Um dos melhores texto que li nesses últimos meses!! Parabéns

Leandro Nigre

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Obrigado pela parceria, Junior. Seja sempre bem-vindo. Impossível não lidar com qualquer intervenção. Desta forma, debatemos e assim buscamos melhor qualidade de vida no convívio familiar.

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