O nascimento do pai! - Papai Educa

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paternidade ativa

Leandro Nigre

LEANDRO NIGRE

Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.

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O nascimento do pai!

Homens precisam querer aprender e fazer diferente para vencer os limites impostos pela sociedade

31 de Julho de 2017
10 comentários

Quando engravidamos do João Guilherme, que nesta semana chegou aos seus cinco anos de vida, caímos num turbilhão de sentimentos incomparável. O exame positivo em mãos, um mês após liberarmos os métodos contraceptivos, nos trouxe lágrimas aos olhos e alegria à alma. Que vontade de gritar para o mundo! E fizemos! Com o primogênito, o medo de errar era tamanho, e às vezes ainda é, que a ansiedade tomou conta do meu corpo na mesma proporção em que a barriga da mamãe cresceu. Queria ser um bom pai, ofertar o melhor de mim, saber fazer de tudo, dividir as funções com minha esposa, estar presente, dar banho, trocar, ninar, amar...

Foto: Arquivo Pessoal

"Ele não sabe"... "Não vai conseguir"... "Isso não é função de homem"... "É melhor você pegar o bebê!"... "Na minha época homem não fazia isso"... "Seu marido vai ficar com a criança?"... As frases, que já mencionei em outros artigos, vinham de todos os cantos e buscavam me imobilizar no lugar onde a maioria dos homens esteve ao longo da história: na provedoria financeira do lar!

Os apontamentos ecoam assim que os bebês chegam à nossa vida e decidimos pela paternidade ativa. Calma! Eles são naturais, ainda norteados pelo choque de gerações, machismo, feminismo ou mesmo ignorância quanto à capacidade do homem para desempenhar estas tarefas. Não discuta, mostre na prática. Eu nunca quis o rótulo de pai pelo status, ou mesmo por "ajudar" minha esposa nas tarefas com os meninos. Eu não ajudo, eu divido, de igual para igual, no meu papel da vida real. Isso nunca anulou em nada a função da mãe, que amamenta, acalenta, também protege, educa e é indispensável na vida deles, assim como também eu sou!

Em 2012, tive o maior privilégio, por conta do expediente noturno na Redação do jornal ao qual trabalho, de cuidar do meu mais velho uma boa parte do dia... E, por maior que fosse a dependência materna e muitas vezes eu me sentisse inservível quando a mamãe desembarcava do trabalho, nesta relação eu construía, mesmo que inconscientemente, o primeiro maior laço de amizade da minha vida!

Agora, um ciclo se reinicia, com o João Rafael, em seus 4 meses de doçura. Como os dedos da mão, os filhos são diferentes uns dos outros. E os sinais já estão evidentes. A nossa família vive um momento dessemelhante daquele de cinco anos atrás. Ainda assim espero fazer o mesmo com meu segundo filho, obviamente amparado pelos meus erros para não cometê-los novamente, porém com a expectativa de que aquilo que deu certo pode ser repetido. 

Assim que o João Guilherme nasceu, eu nasci. Naquele mesmo dia, conhecemos a canção nova e tínhamos a missão de identificá-la quando seria fome, colo, sono, fraldas... Ah, que pavor de não saber o que ele precisaria... Tudo passou! Eu nasci... Naquele primeiro ano, não menos atrapalhado, papai abotou o macacão errado, chegou a passear com a roupa do avesso, colocou tênis nos pés trocados, não o prendi corretamente e a cadeira de balanço virou... foram tantos erros na tentativa de acertar. Foram muitas autocobranças... Tudo passou! Eu nasci...

A nossa sorte foi ter a mamãe para nos socorrer... Muitos casos ficaram em off entre nós três...outros, só com os dois... Naquele primeiro ano, não houve um dia sequer com oito horas de sono ininterruptas... e ainda muitas não são! Entretanto, nunca imaginei fazer da madrugada um momento tão prazeroso para rezar, conversar e contemplar suas transformações e necessidades... Eu chorei também, e muito... me senti esgotado, cansado, estafado para cumprir a rotina, mas venci! Tudo passou! Eu nasci...

Meus filhos vieram no tempo de Deus, avassalaram nosso coração, entraram sem bater à porta, transformaram a nossa rotina, exigiram mudanças, nos cobram paciência, dedicação, respeito por suas limitações e muito amor. Em troca, nos ofertam o brilho nos olhos, o sorriso no canto dos lábios, os gestos incontidos, a alegria ao nos receber. Nos oferecem única e exclusivamente quem são! Neste dia a dia, eu os ensino, eles me ensinam. Eu aprendo, eles aprendem! Aliás, eles nasceram e eu nasci...

E neste nascimento, batalho pelo incentivo a outros papais para que se lambuzem nas trocas de fralda, que fechem os botões errados do macacão, que segurem de forma desengonçada o bebê no colo, que perguntem mais de uma vez sobre o mesmo assunto para não errar, ou mesmo que apenas se prontifiquem a dividir as funções com a mamãe. Queiram aprender... Não podemos mais enfrentar os preconceitos machistas e feministas de que não podemos ser iguais na mais bela tarefa da vida: criar e educar filhos!

Transformar meu sonho em realidade já bastou. Serei prumo, rumo, esteio, amigo, orientador, professor, pai! Que eu nasça diariamente, em cada alegria e desafio ao criá-los e educá-los... Pois quando eles chegaram, eu nasci!

* Os textos só podem ser reproduzidos mediante autorização do autor e desde que citada a fonte

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MAIS 10 COMENTÁRIOS

Rafael

02 de Agosto de 2017

Eu acho que vamos mudando o tipo de pai, né? Não sei como foi com você, mas eu tive momentos muito diferentes, ao receber a notícia passei pela negação, depois aceitação, depois fui o pai provedor (que "ajuda"), com a separação me tornei um pai mais responsável, mas morando com meus pais, e ano passado me tornei um pai full time e com as rédeas de tudo ao me mudar com meu filho para uma casa só nossa numa cidade diferente. Acho que ainda vou nascer como pai muitas vezes, cada fase é uma aventura nova com dificuldades totalmente diferentes :)

Thalya

01 de Agosto de 2017

O diferencial de um bom pai para um pai mais ou menos são suas atitudes e exemplo que passa aos seus filhos, tu parece ser uma pessoas cheia de carinho com teus filhos e dar atenção é essencial para receber respeito. Parabéns pelo texto e pelos filhos lindos ❤

Júlia Lima

01 de Agosto de 2017

Que texto lindo, completamente rico de amor. Ser pai deve ser maravilhoso mesmo, aguardo pelo dia em q me tornarei mãe, espero conseguir ser uma excelente mamãe, assim como a minha é para mim!

Segredos da Juh Costa

01 de Agosto de 2017

Meu Deus que texto mais lindo ♡ eu sou apaixonada pela minha filha e esse texto descreveu exatamente tudo que eu e meu esposo sentimos quando a Sophia nasceu. Ele também queria estar presente e fazer tudo com ela. Até muitos me julgaram por deixar ele fazer as funções que "seria da mae" É tao bom ver que esse tabu está sendo quebrado ♡ Obrigada por compartilhar essa experiência maravilhosa conosco e que muitos pais aprendam contigo o que realmente é ser pai. Sucesso! www.segredosdajuhcosta.com

Nathália Néspoli

01 de Agosto de 2017

Que post cheio de amor! Filhos são bênçãos de Deus, heranças do Senhor, e vem pra gente no tempo certo ! Tenho certeza que você é um bom pai. Gostei muito do post, muitos pais passam pelo mesmo. Que Deus abençoe vocês !

Mariana

01 de Agosto de 2017

O seus textos sempre me prendem Leandro , primeiro parabéns

ADRIANO

01 de Agosto de 2017

Me emocionei lendo este texto cara! Você me representa!!! Que sorte tem os seus filhos!!!!

Regina

31 de Julho de 2017

Adorei!! Realmente e infelizmente nossa sociedade ainda é muito machista e rotula as pessoas. Mas os pais podem sim dividir as atribuições com a mãe. Afinal nós mães também não nascemos sabendo... Aprendemos na prática.

Juliane Correia

31 de Julho de 2017

Que texto mais lindo!! É lindo o que o nascimento de um filho faz na vida de um casal, tanto da mãe como do pai, muitas coisas aparecem e outras viram aprendizado para vida toda. Simplesmente eu amei o post. Parabéns! Super beijos! www.pausapracriatividade.com

Tais Burigo

31 de Julho de 2017

Oi tudo bem? Adorei seu texto, acredito que o pai tem que ajudar igualmente na educação de uma criança dar muito amor e carinho e ambos se ajudarem. Achei seus filhos uma graça, parabéns! Beijos

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