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Leandro Nigre

LEANDRO NIGRE

Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.

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Pelas palavras

A escrita vem das entranhas, lugar em que também se acomoda quando abafada por nós mesmos

26 de Janeiro de 2020
1 comentários

No meu segundo ano escolar, me lembro de ter ganhado uma caixa de lápis de cor e um almoço como prêmio em um concurso de frases sobre uma temática que eu sequer recordo. No terceiro, minha redação de férias, na qual relatava as dores pela morte de meu avô materno e meu tio em menos de 30 dias, foi lida para a sala de aula...

Foto: Arquivo Pessoal

Aos 10, eu escrevia os cartões de Natal enviados à família. Tinha “boas palavras”, como dizia minha mãe. O tempo passou... Aos 19 ingressei como repórter no maior jornal impresso da minha região, O Imparcial. Aos 21, recebi o diploma na faculdade de jornalismo e nesta folha segui minha carreira profissional.

Aos 29 precisei escrever o texto da lembrancinha de sétimo dia da morte do meu avô paterno, bem como o da homenagem pela passagem do meu sogro em 2018. Dos mais simples aos mais aprofundados, atendi a pedidos de produção e aos meus também. Há três anos, o Papai Educa tomou forma, despretensiosamente, e eu me arrisquei a abrir meu coração, assim como o menino do terceiro ano.

Precisava externar, pois quando me contaram sobre o amor de pai eu não tinha dimensão do tamanho. E ainda não tenho. Não sei quantificar em qualquer espécie de cálculo... Não se soma ou enumera aquilo que não se explica, se vive. Não se transforma em palavras o que te liberta enquanto te aprisiona... Contradições reais na vida de um pai!

Um amor romantizado em nossas linhas de texto e tão desafiador nos tempos atuais. Sentimento a ser vivido em uma era pautada, cheia de regras a serem desregradas, como se fórmulas secretas saltassem das teorias e pudessem explicar o que só o amor em sua plenitude é capaz de regrar.

É muito mais fácil escrever nos dias tristes que nos felizes. Pois neles, o meu anseio de viver suplanta a vontade de pulverizar vida em palavras... E isso está longe de qualquer apego à dramatização. É visceral.

Hoje, quando olho para minha essência vejo letras, sílabas, frases, textos inteiros incorporados em minha história, fatos contados, sentimentos externados, anseios colocados no papel e transformados em realidade, na minha e na vida de tanta gente.

A escrita vem das entranhas, lugar em que também se acomoda quando abafada por nós mesmos. Silencia, cala, emudece... Força o escritor a redigir para dentro, do corpo e da alma... uma clausura em si.

Libertar-se é um elixir: prospecta, projeta, põe para fora, cura... É terapia. E, neste processo, há quem diga que silenciar-se vez ou outra nos dá força para nunca calar-se, pois do outro lado há sempre quem acolhe nossa voz, ainda que fragmentada em parágrafos. Aliás, aquele que escreve não sobrevive sem quem o lê.

* Os textos só podem ser reproduzidos mediante autorização do autor e desde que citada a fonte.

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MAIS 1 COMENTÁRIOS

Antônia Nigre

12 de Fevereiro de 2020

Seus textos são perfeitos desde a infância até o agora . Você sabe se expressar perfeitamente e corretamente.

Leandro Nigre

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Muito obrigado, mãe! Te amo!

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