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Leandro Nigre

LEANDRO NIGRE

Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.

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Discalculia é tão comum quanto dislexia

De acordo com estudos internacionais, estima-se que transtorno afeta de 3 a 6% dos estudantes

20 de Março de 2017
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A matemática pode ser considerada uma das matérias mais temidas pelos estudantes, mas sua importância no dia a dia é indiscutível. Entretanto, para uma parcela de crianças e adolescentes, que apresenta a discalculia, estudar e aprender os conceitos da matemática pode ser ainda mais difícil.

Foto: Divulgação

Segundo Viviani Zumpano, neuropsicopedagoga da NeuroKinder, a discalculia é um transtorno de aprendizagem ligado a problemas neurobiológicos, relacionados à aquisição e ao desenvolvimento das funções cerebrais envolvidas na aprendizagem da matemática. “A discalculia afeta partes do cérebro envolvidas no processo de cognição da matemática, ou seja, atinge diretamente a capacidade de aprender a fazer cálculos e de entender os conceitos da matéria”.  
 
“As crianças e jovens que apresentam a discalculia têm uma compreensão reduzida dos símbolos envolvidos na matemática, assim como enfrentam dificuldades para memorizar e organizar números, para contar o tempo ou simplesmente para fazer contas”, explica a especialista”, explica Viviani.   
 
Entretanto, é preciso lembrar que a discalculia tem outros impactos importantes no desenvolvimento infantil. “Quando a criança falha de forma repetida nas aulas de matemática, ela pode assumir que irá falhar em outras áreas, como fazer amigos e brincar, por exemplo. A criança pode ainda ter dificuldade em entender os conceitos de direção (direita e esquerda) e se perder mais facilmente quando estiver na rua. A discalculia também afeta a maneira como o cérebro e os olhos trabalham juntos, assim como essas crianças enfrentam desafios para mensurar o tempo e quantidades”, explica Viviani. 
 
Causas
Segundo Viviani, entre as principais causas da discalculia estão a hereditariedade, já que é comum encontrar outros membros da família, com irmãos ou pais, que apresentam o transtorno.

“Em relação ao cérebro, os pesquisadores já identificaram em exames de imagem diferenças na superfície cerebral, como afinamento e menor volume de partes do cérebro ligadas ao aprendizado e à memória dos conceitos matemáticos. Temos também as questões ambientais, como exposição do feto ao álcool durante a gravidez, prematuridade e baixo peso ao nascer”, comenta.    

Sinais e sintomas
Como o “medo” da matemática é comum, não é raro confundir a discalculia com uma dificuldade simples em aprender a matéria. A neuropsicopedagoga explica que alguns sinais podem indicar o transtorno, como: dificuldades de entender conceitos de valor, quantidade e números, sequenciar eventos, lidar com dinheiro, usar todos os passos envolvidos nas operações matemáticas, não saber usar as frações, não reconhecer padrões de adição, divisão, assim como é difícil entender conceitos relacionados a tempo, como contar dias, semanas, meses. 

Diagnóstico e Tratamento
A discalculia pode ser diagnosticada por um neuropediatra. É muito comum diagnosticar a discalculia em crianças e jovens com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Algumas pesquisas indicam que de 43-65% das crianças com discalculia também apresentam dislexia..  

“Como em qualquer doença, o diagnóstico precoce da discalculia é chave para oferecer a criança ou adolescente uma chance maior de sucesso escolar. É muito comum descobrir a condição em alunos que estão no sexto ano, fase em que a matemática fica mais concreta. O tratamento pode envolver terapias que ofereçam recursos extras para adaptar a criança ou adolescente ao ensino da matemática, usando estratégias compensatórias para os déficits apresentados. Não há cura. Assim como a dislexia, a discalculia vai acompanhar a pessoa ao longo da vida, por isso é crucial diagnosticar e tratar”, conclui Viviani.

(Com informações da NeuroKinder)

 

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