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Leandro Nigre

LEANDRO NIGRE

Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.

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Os eletrônicos fazem mal às crianças?

Uso de aparelhos pode influenciar no desenvolvimento do corpo, olfato, interação social e percepção do ambiente

13 de Janeiro de 2019
1 comentários

Quem vive com crianças em casa sabe que os dispositivos digitais, seja a televisão, vídeogame, computador ou celular, fazem parte da rotina. A influência da tecnologia, inclusive em bebês com menos de um ano, tem modificado as formas de aprendizado e os tipos de brincadeiras.

Foto: Divulgação

Um exemplo simples é que mesmo antes da alfabetização, muitas crianças manuseiam smartphones e tablets com bastante desenvoltura, escolhendo o conteúdo que desejam assistir ou brincar. Mas essas práticas digitais atuais podem gerar algum "risco" para a infância? Como saber o limite de uso? Segundo Rita Calegari, psicóloga na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o recurso digital é valioso e complementa a educação, mas não é a educação em si. "Pais devem usar estes dispositivos complementando-os com outros, em que a totalidade de habilidades da criança seja estimulada", afirma.

Quando o tempo destinado à tecnologia é muito grande, é preciso ficar atento, já que os aparelhos não proporcionam o desenvolvimento de determinadas práticas, e podem comprometer o uso do próprio corpo, olfato, interação social e percepção do ambiente. "A criança necessita explorar diversas ferramentas para um bom aprendizado, que envolve não apenas a tarefa em questão, mas habilidades complementares", complementa Rita.

Já do ponto de vista físico, Leandro Gregorut, ortopedista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, alerta que "o uso indiscriminado dos eletrônicos faz com que as crianças deixem de desenvolver habilidades neuromotoras, tais como equilíbrio, força, propriocepção (percepção espacial do seu próprio corpo), noção de tempo, espaço, velocidade e agilidade física, interação social e habilidade sócio-cognitivas para resolverem conflitos e situações adversas".

Sinais de que o uso de eletrônicos está excessivo

Algumas características mostram quando o tempo dedicado aos dispositivos digitais não está saudável. "A baixa interação social e isolamento, a criança não aceitar novas propostas de aprendizado e recusar a  participação em atividades sociais são algumas das características que comprometem o desenvolvimento da inteligência emocional infantil. Além disso, o consumo excessivo de eletrônicos faz com que a criança esteja sempre em busca de mais tecnologia, tal como um vício, há sempre uma novidade a ser consumida", pontua a psicóloga Rita.

As sequelas podem não ser apenas comportamentais, mas também físicas, como explica o ortopedista. "A postura da criança fica alterada, com ombros para frente, coluna curvada, presença de fraqueza para realizar pequenas atividades do dia a dia e até  falta de fôlego. Em longo prazo, há um aumento da chance de desenvolver obesidade infantil e dores nos joelhos, coluna e quadris por encurtamento e fraqueza muscular".

O equilíbrio é a palavra-chave

Após notar que a criança apresenta traços de uso excessivo de eletrônicos, é possível encontrar um equilíbrio sem precisar proibir totalmente seu uso, revendo alguns hábitos, por exemplo. Os pais ou cuidadores precisam estabelecer regras e monitorar para que elas sejam aplicadas e cumpridas.  É necessário propor atividades alternativas que sejam interessantes para a criança e envolvam os pais, valorizando a relação afetiva. “E acima de tudo, checar se o "mau exemplo" não vem dos próprios pais, que podem estar viciados na tecnologia a ponto de não perceber o uso abusivo da mesma", sugere a psicóloga.

Gregorut também lembra de como é importante incentivar a prática diária de atividades físicas e monitorar a postura para evitar lesões futuras. "O ideal é que a criança esteja sentada com a coluna lombar e a dorsal apoiada, tendo um suporte para os cotovelos. A posição sentada no chão com as pernas cruzadas, sem apoio nenhum para as costas ou deitada, não são recomendadas".

E a dúvida mais importante: há um limite ideal para o uso dos dispositivos digitais? "Não há uma regra para isso, mas acredito que deva ser como todo exercício ou prática de atividade física saudável, portanto não deve passar de duas horas consecutivas, sem descanso ou pausa para alongar e andar" conclui o ortopedista.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

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MAIS 1 COMENTÁRIOS

Renata Mury

15 de Janeiro de 2019

Eu fico impressionada como as crianças sabem usar certas coisas mais que alguns adultos. Sou professora da educação infantil e uso iPad nas minhas aulas. Tenho que botar ele fora do alcance dos alunos porque se eu deixo em um lugar alcançável, algum aluno pode simplesmente tirar o vídeo que eu estou passando, trocar pelo que ele quer (acredite, já aconteceu e muito), aumentar o volume caso eu tenha deixado baixo porque eles estavam dispersos.. Nas escolas que eu já trabalhei sempre tinha o "dia dos jogos", uma aula inteira com o dispositivo e eu sempre achei isso errado, porque criou um vício nesses alunos de sempre quererem aquele tablet pra jogarem o que quiserem.

Leandro Nigre

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Eles já nascem conectados, Renata. Observadores da invasão de tecnologia nos lares, não têm dificuldades nesta imersão... Obrigado por sua visita!

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