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Leandro Nigre

LEANDRO NIGRE

Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.

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Transtorno Opositivo Desafiador: já ouviu falar?

Tratamento é interdisciplinar e depende de três bases: medicação, psicoterapia comportamental e suporte escolar

08 de Setembro de 2020
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Sentir raiva, perder um pouco o controle, irritar-se vez ou outra ainda que “por motivos não muito sérios”, faz parte de todos nós humanos, sejamos adultos ou crianças. Sim, crianças também podem ter seus momentos de raiva, indignação e irritação e isso começa muito, muito cedo, quando ainda se é um bebê. São as chamadas “birras infantis”. O problema, no entanto, começa quando estas birras começam a tornar-se graves e contínuas.

Foto: Divulgação

É aí que devemos nos preocupar, pois a criança pode estar desenvolvendo o Transtorno Opositivo desafiador (TOD) e precisará ser tratada. Quem nos explica tudo sobre este assunto é a neurologista infantil e da adolescência, a médica Gladys Arnez, especialista em Transtornos comportamentais na infância e adolescência e também em tratamento do autismo. Ela está a frente da Neurocenterkids, na região do ABC, em São Paulo.

O Transtorno Opositivo Desafiador é um transtorno neuro psiquiátrico, que está dentro de um grupo de transtornos comportamentais destrutivos da infância, sendo mais comum na pré-adolescência e na adolescência, porém, pode surgir antes destas fases.

O TOD é uma condição responsável por comportamentos que são completamente restritivos em ambientes sociais. As crianças e os adolescentes incluídos neste quadro, costumam manifestar momentos de raiva, insubordinação, teimosia constante, hostilidade, sentimento de vingança e uma grande dificuldade em obedecer a regras quando solicitadas.

“É fundamental saber diferenciar o TOD da birra, diz a médica, que explica: “A birra” é um comportamento imaturo e transitório da criança, na procura de expressar o que ela está sentindo ou conseguir o que ela quer, sendo mais comum em crianças com idades  entre 10 meses e 2 anos e normalmente estes episódios, passam antes dos 4 anos, principalmente quando os pais dão menos importância.

De acordo com Gladys Arnez, o que difere o Transtorno Opositivo Desafiador da “birra” é que o TOD caracteriza a criança como sendo sempre muito irritável, opositora e que o tempo todo, com ou sem motivo, faz de tudo pra irritar os outros.  “É uma criança que não reconhece regras. Ela é sempre do contra, está sempre testando limites, não se importa com o sentimento dos outros, está sempre contra a família, amigos e não assume a responsabilidade dos seus erros, além de não ter medo de punição, fazendo com que tenha maior probabilidade de se envolver com drogas ou apresentar comportamentos ilícitos mais tarde.” diz a especialista.

Devido a este tipo de comportamento, estas crianças acabam sofrendo bullying por diversas vezes e/ou perdendo oportunidades de eventos de escola, passeios e até amizades. Infelizmente até mesmo entre os pais e irmãos, eles são mal falados, tratados diferentes e vistos como “ovelhas negras”

Estudos mostram que em 50% dos casos, a associação com o TDAH é frequente e deve ser observada e investigada, além de deficiência intelectual, transtorno bipolar e muitos outros quadros, os quais pode-se fazer o diagnóstico diferencial.

As causas:

Quanto ao TOD, não se tem uma causa definida, mas acredita-se que a base dos relacionamentos familiares parece ser um fator importante para o desenvolvimento do distúrbio: violência doméstica, abuso sexual, abuso físico, negligência, abuso de álcool e drogas pelos pais, bem como conflitos familiares, podem desencadear o transtorno na criança.

Para fechar um diagnóstico correto é necessário ter no mínimo 6 meses de causa e apresentar pelo menos 4 dos sintomas principais que são: irritabilidade; comportamento desafiador; agressividade; impulsividade; dificuldades de relacionamento com colegas; comportamento vingativo; raiva e ansiedade.

O tratamento deste transtorno é interdisciplinar e depende de três bases: medicação, psicoterapia comportamental e suporte escolar.

A medicação ajuda na maioria dos pacientes e melhora a autorregulação de humor frente às frustrações; a psicoterapia tende centrar em alterações comportamentais na família com medidas de manejo educacional (conversar com a criança, dar bons exemplos, ter paciência ao falar, explicar o motivo das ordens dadas, etc.); e, em relação ao suporte escolar, deve-se oferecer reforço, apoio e abertura para um bom diálogo, pois melhora o engajamento do aluno opositor às regras escolares.

Se o seu filho tem TOD, aí vão umas dicas:
-Tenha cuidado ao discutir algo da relação de casal perto da criança (caso more c/ o cônjuge);
– Nunca use de agressividade e violência;
– Fortaleça a autoestima da criança, fazendo-a sempre se superar em boas ações;
– Em absolutamente todas as situações utilize a boa conversa;
– Trabalho em equipe com práticas de esportes e atividades em equipe geram disciplina, assim como, cooperação e dinamismo;
– Repreender sempre, porém, com calma e sabedoria;
– E tenha paciência!
 

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Gisele (mãe 3 vezes)

09 de Setembro de 2020

A Maitê (3 anos) foi diagnosticada com TOD no início do ano. Ainda estamos buscando uma segunda opinião, enquanto isso vamos vivendo diariamente os desafios de ajudar a Maitê em seu descontentamento constante.

Leandro Nigre

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Gisele, imagino o quão desafiador seja, mas com paciência, amor e empatia tudo vai se ajustar por aí...

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