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Leandro Nigre

LEANDRO NIGRE

Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.

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Criar e educar filhos cansa!

Vivemos a era da permissivismo e é exaustivo estar na contramão de um mundo que desvaloriza a instituição família

30 de Novembro de -0001
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Nesta semana me peguei olhando no espelho, ganhando alguns minutos de reflexão por ali. Vislumbrei um rosto cansado, com uma pequena bolsa de exaustão sob os olhos, acompanhado de um peso nas pálpebras, que me fez questionar: quantas vezes pisquei hoje? Não soube responder, mas certamente aquela sensação me levou a crer que foram poucas ou quase nenhuma. O meu esgotamento, em alguns dias, não se difere de muitos pais e mães que, além de seus afazeres profissionais, ativamente participam da vida de seus filhotes. Sabe por qual razão? Sobrecarregamos nossos dias de compromissos e, ao mesmo tempo, criar e educar, cansa. Assim como o ônus da responsabilidade.

Foto: Arquivo Pessoal

Meu filho João Rafael, de 2 meses, é uma bênção. É daqueles bebês quietinhos, que apenas resmungam para o atendimento de suas necessidades e, quando o choro vem, o clamor é de socorro pelas desconfortáveis cólicas. Sintomas estes que não acometeram meu primogênito, João Guilherme, de 4 anos, que até hoje raramente dorme uma noite completa, sem exigir qualquer tipo de atenção na madrugada. Sua instabilidade com o sono nos impõe divisão de tarefas, sobretudo neste período, no qual o bebê depende mais da mamãe e, muitas vezes, na madrugada a encontro sentada na cama, quase sem forças para abrir os olhos, mas oferecendo-lhe vida, por meio do leite materno. Quero ser como ela. Parece não se cansar! Como sabe administrar bem tudo isso! É mãe!

De comportamentos distintos, pelo menos por enquanto, cada um dos meninos demanda de mim um tipo de atenção. Enquanto o bebê começa a interagir, reconhecer e reagir ao som da minha voz, o mais velho direcionou meus olhares para sua exigência de visibilidade. Alguns retrocessos em seu comportamento ratificam esta afirmação e o entendimento deste processo me conduz para um direcionamento adequado. É como se ele gritasse e ecoasse aos quatro cantos: “Pai, estou aqui”, “pai, seja pai”.

Acertar é o meu propósito paterno. Mas nem sempre é assim... Muitas vezes, tomado pela exaustão, o grito vem. A voz imponente em determinadas ocasiões é necessária, mas não é acertiva quando o que os pequenos nos cobram é unicamente atenção. A paternidade e maternidade têm destas coisas e, saber reconhecer o erro e essencial para nos lapidar como seres humanos capazes de construir outros homens e mulheres melhores que nós. Porém, não seguir com a culpa é indispensável. Já dizem os especialistas que os que se entregam à ela, rendem-se à omissão e deixam de educar.

Compreender a mudança no ambiente familiar com a chegada dos filhos é fator primordial para a vida em harmonia. Aliás, “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”. E é exatamente assim como nos revela a composição “Como uma onda”, de Lulu Santos e Nelson Motta. Tudo muda...

Com o crescimento da prole, o casal pode não conseguir dispensar a mesma atenção um ao outro, a vida sexual já não segue a mesma rotina – é quase necessário agendamento, com data, horário e local – e no fim do dia nos vemos vagando como na série “The Walking Dead”. Zumbis à espera de uma cama aconchegante ou um canto qualquer para encostar e fechar os olhos. Se identifica? Calma, os com mais tempo de experiência nesta arte dizem que é só uma fase. Vai passar!

Na corrida contra o tempo, buscamos ofertar o melhor de nós... É exaustivo estar na contramão de um mundo que desvaloriza a instituição família, os valores morais, religiosos e quer suprir a necessidade dos filhos com bens materiais e “doutrinas perdidas”, que pulverizam pelas nações uma legião de seres humanos sem rumo, sem prumo...sempre à procura!

Vivemos a era da permissivismo, cheia de teorias, sobretudo as encabeçadas por movimentos que pregam “liberdade de escolha” pela criança desde o nascimento. Discordo! Por mais que respeite as individualidades, gostos e desejos dos meus filhos, e ainda busque nisso tudo as nossas empatias, preciso discipliná-los, dotá-los de valores, que mais tarde, em sua vida adulta, poderão ser moldados. Eles terão o tempo certo para suas decisões.

Tudo me parece mais uma tentativa de livrar-se do processo de educação. E por mais cansativo que seja, não desista, não se entregue. Busque equilíbrio, alimentação saudável, otimização de rotina, liquidez de sobrecarga nos afazeres, prática da atividade física, cuide do corpo e da alma e, lembre-se, se o fruto não cai longe da árvore, também é provável que seu estado revele a forma de cultivo. Vale o cansaço!

* Os textos só podem ser reproduzidos mediante autorização do autor e desde que citada a fonte.

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