compartilhando a
paternidade ativa
Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.
João Rafael, meu segundo filho, nasceu no dia 28 de março, às 8h. E quando um bebê desembarca na família, traz consigo um espetáculo de alegria. Já não bastasse toda grandeza natural da nova vida, há o banho de congratulações e mimos dos amigos e familiares. Todo paparico é sempre muito bem-vindo. Porém, pode ser motivo de ciúmes para o irmão mais velho, o que, por enquanto, não ocorreu por aqui. O preparo do João Guilherme, 4 anos, para o acolhimento do recém-nascido em nosso lar, favoreceu a receptividade.
Foto: Arquivo Pessoal
No início da gravidez, o ciúme se apresentou em muitas ocasiões. Foram cenas de birra, emburramento e rejeições a tudo que lhe era solicitado. Assim como na crise dos dois anos, na “terrible two”, foi necessário controlar algumas explosões emocionais. O irmão que ele pediu, agora, era recusado. Havia cheiro de mudanças no ar, do compartilhamento de sentimentos até então não vivenciado naquele lar, da perca da exclusividade. Paciência e muito diálogo o fizeram externar os sentimentos. E, desta forma, pudemos encontrar meios de ajudá-lo a lidar com toda insegurança.
Pouco tempo antes de engravidarmos, ele criou o irmão imaginário, deu nome e também fazia referência aos amigos da escola com irmãos. Recordamos estes cenários e incorporamos leituras, contação de histórias e muito diálogo ao nosso dia a dia nos últimos nove meses. A junção destas medidas favoreceu a compreensão do próprio ciúme e de que ele não perderia o trono, mas o dividiria, o que poderia ser mais prazeroso.
Incluí-lo em cada etapa do novo quarto, que partilharia com o irmão, da decoração, da escolha dos itens e disposição dos brinquedos, do enxoval e até mesmo no crescimento da barriga da mamãe funcionou. Atribuir responsabilidades, sem sobrecarregá-lo, também, fez elevar a autoestima e se sentir valorizado pelo trabalho que desenvolveu.
Desde a gestação do segundo filho, entendemos que o mais velho era a criança na casa e que precisaria de mais atenção no momento. Sendo assim, não removemos da agenda os momentos únicos dele e com ele, para que aprendesse a valorizar e entender a importância destes encontros no nosso desenvolvimento familiar. E que, embora houvesse indícios de transformações, ele continuaria recebendo todo nosso amor.
As obras literárias que envolvem a chegada de um bebê no novo lar são ótimas recomendações. Elas favorecem a imaginação, os questionamentos e a oportunidade de sanar dúvidas que assombram o pequeno. As livrarias estão abarrotadas delas, cheias de ilustrações.
No dia do nascimento, compramos dois presentes, para que eles trocassem entre si, que simbolizassem a demonstração de carinho pela ocasião em que se conheciam e que seriam muito bem-vindos à vida um do outro. Decidimos pelo mimo por entender que a crise do ciúme do início da gravidez já havia sido vencida e que aquela recordação material não “compraria” a emoção nem a aceitação do momento.
Com quase duas semanas desde a chegada do bebê, por ora, poucas mudanças contabilizadas. Algumas tentativas de regredir no comportamento para imitar o bebê são naturais. E se ocorrer por aí, não ridicularize a criança. Com sua orientação e carinho, ela perceberá que não precisa insistir nas imitações para acolher sua atenção. Todos pequenos sinais de ciúmes têm sido driblados por aqui. A vigilância ainda é constante. Amor demais pode machucar, uma vez que a criança ainda não compreende a fragilidade do bebê. Além de cuidar da organização de seus pertences, ele é convidado a ajudar nas tarefas: trocas de fraldas, no banho, acalentar...
O caminho da irmandade apenas começou. O instinto de proteção já foi incorporado por aqui. Que assim permaneça e tenhamos discernimento para driblar todas as intempéries naturais deste processo, que é emocionante, encantador e traz ainda mais sentido à razão de nossa existência. E lembre-se, se passar pelo mesmo processo com dificuldades, não tema em buscar ajuda profissional.
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13 de Abril de 2017
Leandro, Que texto fantástico, que bom que o João Guilherme assimilou bem toda a proposta de vocês. Sejam felizes!
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Obrigado, Mariana. Seja bem-vinda. Que a informação possa transformar nossos hábitos para nos tornarmos seres humanos melhores.
11 de Abril de 2017
Que lindo texto, Leandro! Parabéns pelos papais que vocês são, tenho certeza que o Gui se sente muito amado tb, e vendo o carinho e a preocupação que tiveram com ele nesse período... continuem assim!!! Esse é um assunto que preocupa sempre os pais, é muito inportante abordar isso, sempre penso no irmão(a) quando vou visitar alguém tb!! Parabéns, lindo blog! Que Deus abençoe grandemente a Família de vocês!!!
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Natália, Muito obrigado pelo apreço e votos. Pensamos na nossa família como um todo e como o ato para um dos membros pode impactar em todos os demais. Assim, construímos coletivamente meios de atravessarmos cada situação da melhor forma... Amém. Deus abençoe!
10 de Abril de 2017
Oi Leandro. Sou Samanta. Estou adorando o blog e me identificando muito com o conteúdo. Tenho um filho de 3 anos e quero mais um. Obrigada por compartilhar!
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Oi querida, Samanta. Obrigado pelo prestígio. Seja bem-vinda, sempre. Na torcida para que venha um próximo.
10 de Abril de 2017
Cara, Tivemos atitudes bastante parecidas por aqui e também funcionou. Hoje, meu maior tem 10 anos e o caçula 5 anos. Nunca enfrentamos ciúmes exacerbado, sempre lidaram bem com o espaço de cada. Parabéns pelo texto.
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Pedro, Sinal que o caminho traçado por aqui tem sido o correto. Que assim continuemos. Obrigado pela visita. Volte sempre!
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