compartilhando a
paternidade ativa
Pai do Joões, em seu plural consagrado, João Guilherme e João Rafael, esposo da Dayane, jornalista, palestrante, articulista sobre paternidade, especialista em Mídias Digitais, editor-chefe de jornal impresso, em Presidente Prudente.
Eles superlotaram as redes sociais. “Cada mergulho é um flash”, diria a personagem Odete, da saudosa atriz Mara Manzan, na dramaturgia “O Clone”. Fotos e mais fotos ilustram o dia a dia na paternidade. De encher os olhos, ao menos neste cenário, as imagens retratam momentos, eternizam histórias... Entretanto, podem camuflar a realidade. Os “pais de selfie”, como já apelidados em outros escritos, sobretudo por mulheres que vivem na pele a novela da vida real, apresentam-se na internet proativos na vida da criança, porém, na prática, não é o que efetivamente ocorre.
Foto: Arquivo Pessoal
Inúmeros são os relatos de mães, solteiras e casadas, e comentários de desabafo em rede social quanto aos “pais de selfie”. Elas questionam a enxurrada de imagens de papais que não representam o papel desempenhado no cotidiano da criança. Muitos não arcam com suas obrigações financeiras e sequer doam tempo para criação e educação dos filhos. Aparecem de vez em quando, armazenam as fotografias e as diluem ao longo dos dias. Criticam com toda razão. E se a carapuça não serve, não há porque colocá-la.
A paternidade ativa está muito além de “botar comida na mesa”, de representar o antigo papel de coadjuvante da mãe, de ser apenas provedor. Além de suprir as necessidades financeiras dos filhos, é indispensável participação, envolvimento e responsabilidade com a prole. E não se trata de tendência contemporânea, mas obrigação do pai de se doar em tempo integral à família, dedicando-se em igualdade com a figura materna.
Na maternidade ou paternidade, nenhum deve substituir o outro, a não ser por motivo de força maior. No Brasil, a Lei Federal 11.804/08, que disciplina o direito a alimentos gravídicos e a forma como ele é exercido, impõe a obrigação ao pai de custear, desde a concepção, alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas à gestante. As mulheres que não tiverem o direito garantido podem recorrer ao Judiciário.
Da mesma forma, os que não possuem a guarda, devem suprir as necessidades da criança (alimentação, moradia, educação, vestuário, saúde e lazer) com a pensão alimentícia, valor estabelecido judicialmente e pago até que o filho atinja 18 anos ou conclua estudos universitários. Isso muda em caso de guarda compartilhada, na qual direitos e deveres dos pais são divididos igualmente.
Embora tenhamos leis que disciplinam os que ainda são intransigentes nas suas obrigações, a figura paterna deve ser presente em toda rotina da criança, como, por exemplo, na compra dos pertences pessoais, na escolha do colégio, na execução das tarefas escolares, na visita ao pediatra, ao dentista, em programações culturais e de lazer.
Há ainda deveres paternos que não se conquistam por meio de leis, como carinho, atenção, diálogo, respeito, amor e educação. Atos e sentimentos que colaboram para a formação da cidadania e da saúde emocional da infância, que refletirá na vida adulta.
A omissão fere, machuca e destrói a oportunidade de exercer um dos mais belos papeis ao ser humano do sexo masculino, o de ser pai em toda magnitude deste título. Na paternidade ativa, não há malefícios. Não se busca rótulos de “paizão”, “superpai”, ou chuva de elogios pelo exercício da função, mas há contrapartida de quem mais precisamos de retorno: os filhos. E nunca é tarde para começar. Além de educar, deixe-se ser educado. “Pai de selfie”? Eu não e você?
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21 de Maio de 2018
Ah, como existem vários deles por aí... Assim como mães de selfie.
16 de Maio de 2017
Infelizmente não são só país é sim mães também hoje em dia é isso é uma pena infelizmente.
16 de Maio de 2017
Muito boa a reflexão, mas temos que lembrar que infelizmente tem muitas mães xe selfie também e no final eu só penso na criança que cresce vendo uma vida estampada aos 4 ventos e esta vida não é a sua... muito triste. Beijos Regina
11 de Maio de 2017
Uaaaau!!!!! Estava falando sobre isso com umas amigas esses dias, cujos maridos são pouco participativos na vida dos filhos! Incrível como saem "bem na fita", ou melhor, na selfie muitas vezes sendo quase que estranhos dividindo (ou não) o mesmo teto com os filhos! Parabéns por ser um pai diferente e incentivar outros pais a fazerem a diferença na vida de seus filhos!!!
10 de Maio de 2017
Falo muito disso com amigos, mas não conhecia esse termo. Ser pai não é lotar as redes sociais com imagens do filho, muito longe disso. Parabéns, belo texto.
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É isso aí, Victor. Conscientizemos!
10 de Maio de 2017
Ótimo post, mas muitas vezes esses pais de selfies não são só os que não pais que não estão juntos, vemos infelizmente pai e mãe que se enquadram nesse título também. Michele Gobbato
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Você tem toda razão, Michele. Como relato no texto, "inúmeros são os relatos de mães, solteiras e casadas, e comentários de desabafo em rede social quanto aos “pais de selfie”". E as mães também não estão longe desta realidade, infelizmente.
27 de Abril de 2017
Parabéns pelo texto. Infelizmente é atriste realidade de hoje em dia. Alguns homens ainda pensam que serão menos homens se jogarem de cabeça na educação e cotidiano dos filhos. Não sabem o que estão perdendo!
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Feliz com seu ponto de vista, Ruan. Infelizmente é um perda a todos os que não colocam a mão na massa. Seja sempre bem-vindo!
24 de Abril de 2017
Meu ex-namorado me deixou grávida e hoje, aos cinco anos de meu filho, ele nunca apareceu para conhecê-lo. Ainda me pergunto, que pai é este?
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Carla, Sinto muito por isso. Um pai omisso deixar marcas. Não vivi esta realidade, mas vejo o quanto o oposto - estar presente - faz diferença na vida dos meus filhos. Ah, e não esqueça: pai é quem cria! Desejo uma vida feliz a vocês. Obrigado
24 de Abril de 2017
Ah, e como eu conheço... E com o tempo, a mãe, a criança e todos ao redor desmontam este personagem da vida virtual, pois a mentira não se sustenta por muito tempo.
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Triste realidade, Luciana. Uma hora, realmente, não se sustenta a mentira... Grato por nos visitar. Volte sempre!
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